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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Atos dos Apóstolos




com o início do Estudo Bíblico sobre os Atos dos Apóstolos, na maioria de nossas comunidades, apresentamos aqui uma reflexão sobre a vida comunitária dos primeiros cristãos:
A vida no Espírito, que leva os cristãos a  crescer na intimidade com Jesus e a sair em missão para anunciar a Boa Nova, tem um ‘centro’, um ‘eixo’: a pequena comunidade que se reúne nas casas. E o que acontece nestas reuniões? A breve passagem bíblica de Atos 2,42-43 é considerada ‘paradigmática’, ou seja, é como que um resumo, uma síntese exemplar da vida dos primeiros cristãos: “Eles mostravam-se assíduos aos ensinamentos dos apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações. Apossava-se de todos o temor, pois numerosos eram os prodígios e sinais que realizavam por meio dos apóstolos.”  Destaquemos três elementos: 1- o próprio fato de se reunir e a comunhão fraterna (que inclui a comunhão de bens, para que ninguém passe necessidade); 2- o ensinamento dos apóstolos, a transmissão ou tradição apostólica de tudo o que Jesus fez e ensinou (Cf. At 1,1); 3- a fração do pão e as orações, ou seja, a eucaristia ou ceia do Senhor (que era celebrada nas casas durante uma refeição), e as orações da comunidade. E estes três elementos desembocam por assim dizer na missão, no testemunho na sociedade: prodígios e sinais.
Estão aí os elementos que caracterizam (ou deveriam caracterizar) a vida litúrgica de uma comunidade cristã, como fonte de espiritualidade. Sem dúvida, as CEBs resgataram a maneira de ser Igreja dos inícios: comunidades vivas de comunhão e participação, cultivando a memória de Jesus na escuta da Palavra, na ação de graças (Eucaristia), na oração e na ação pastoral, empenhadas na organização dos pobres e na transformação libertadora da realidade. Num projeto de Igreja desta natureza, é possível resgatar a espiritualidade que brota da celebração comunitária da fé.
Pensemos isso na realidade concreta de uma comunidade hoje:
Os cristãos se reúnem, principalmente aos domingos, dia do Senhor, ao redor do Cristo Ressuscitado para celebrar o mistério pascal, para fazer memória da morte-ressurreição de Jesus. Praticam entre si de alguma forma (umas mais, outras menos) o ‘bem comum’, a partilha, para que ninguém passe necessidade.  
As leituras bíblicas são lidas e interpretadas, Deus anuncia sua palavra de salvação dentro do contexto de nossa vida com suas alegrias e tristezas, esperanças e desilusões, acertos e desacertos, indicando o rumo de nossas vidas e da missão do povo de Deus. Ouvimos ‘o que o Espírito diz  às Igrejas’ (Cf. Ap 2 e 3).
Em meio às orações de súplica e intercessão, de louvor e de ação de graças, realiza-se a ‘fração do pão’, a ceia do Senhor - a liturgia eucarística - ou, na falta dela, a ação de graças, seguida, às vezes, de uma partilha de alimentos, na alegria e na simplicidade. Podemos ainda cantar e dançar, assim como orar em silêncio, deixando-nos impregnar pelo mistério celebrado.
Aí está o núcleo do ‘método’ espiritual dos cristãos! Aí estão os ‘exercícios espirituais’ deixados pela tradição! Aí está a espiritualidade da Igreja! Trata-se de uma espiritualidade bíblica, comunitário-eclesial, cristocêntrica, pneumática, simbólico-sacramental... que nos leva a viver e testemunhar a vida nova, o mundo novo que Cristo veio inaugurar. Com as ‘antenas’ do Espírito ligadas e com as escrituras sagradas como ponto de referência, a comunidade reconhece a presença escondida de Deus, a atuação do Ressuscitado e de seu Espírito transformador em nossa vida, em nosso mundo, em meio às contradições, em meio às idas e voltas da história. Reconhece e agradece, louva, professa sua fé, compromete-se com o Reino. Reconhece e pede, intercede. Reconhece e, por isso, cultiva o amor, a relação de intimidade, de familiaridade, ao qual Deus nos convida. Contempla, extasia-se na alegria pascal. Participando da ação ritual que expressa o mistério de nossa fé, participamos da vida do Ressuscitado. Tomados pelo Espírito dele, somos identificados com Cristo em sua morte-ressurreição; podemos comungar de sua vida divina, de sua comunhão com o Pai, na unidade do Espírito Santo, que nos impulsionam para a perfeição da vida cristã, para o testemunho e para a missão. 

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