Explorarei
as explicações existentes entre os órgãos; víceras ou as diversas
partes do corpo
como na obra
de MIRANDA (2000),
“Território do Sagrado”:
OS PÉS: Simbolicamente, os
pés representam nosso
começo, nosso primeiro estágio no
campo do TER e nos levam às nossas raízes, à identificação e à identidade.
AS PERNAS:
A perna vai representar o símbolo
dos vínculos sociais
e exteriores. Do ponto de vista espiritual, elas são a imagem daquilo
que permitirá ao Homem percorrer suas terras interiores, estabelecendo contatos
de fertilidade com seu EU profundo.
OS JOELHOS: Representa como
símbolo o engendrar (= dar origem) humano,
eles deveriam ser objetos de atenção e carinho. Na tradição judeu-cristã
os joelhos falam da procriação realizada, da criança benigna e bendita em cada
ser humano e do coroamento do crescimento interior.
AS COXAS: As coxas evocam a adolescência e as
passagens iniciáticas do amadurecimento que preparam para a experiência sexual,
para a reprodução, para a entrada na idade adulta.
A PORTA DOS HOMENS
O PLEXO UROGENITAL: Representa
as primeiras aberturas
e comunicações físicas permanentes entre o interior e o exterior do
humano, entre o Ter e o Ser.
A MATRIZ ABDOMINAL
O ÚTERO: É a matriz do Ser por excelência; é o
seio interior. É dar a luz a si mesmo.
O UMBIGO:
O umbigo é o lugar de nosso
primeiro ferimento formal,
de nosso primeiro corte, de nossa primeira cisão com a fonte da vida
maternal.
OS RINS: Na simbologia bíblica, os rins estão
associados à força e a seus contrários, o pânico e o medo. Nos rins se chega ao
segundo estágio do SER como terra fértil para as sementes da Vida.
O ESTÔMAGO: O amor,
ser amado e
deixa-se amar, representa
overdadeiro ágape. O estômago deveria ser receptáculo de bons alimentos
e sentimentos.
O PÂNCREAS: O pâncreas está simbolicamente vinculado
à realização ou à transformação da carne.
Na tradição Judeu-cristã, a
carne não pode
ser identificada com o corpo,
nem com a
matéria. Ele é o
completo psicofísico do homem sua existência concreta e total.
O FÍGADO: É o órgão da honra, do peso, do
pesar, da glória e da luz. Um dos lugares simbólicos de maior densidade do
corpo humano.
A MATRIZ PEITORAL
O CORAÇÃO: Cheio de realeza, o coração é
identificado como um rei, tanto na tradição Judeu-cristã, como no Taoísmo, ou
no Sufismo, onde é vista como o trono de Deus no centro do homem.
OS PULMÕES: Na perspectiva bíblica os pulmões
vêem. E quem não vê com os pulmões,
não ouve, nem
se conhece, nem
se conhece o
Espírito da verdade.
A COLUNA VERTEBRAL: Arquetipicamente
abalar a coluna significa abalar o edifício inteiro. Representam também as
relações entre céu e a terra.
AS MÃOS: As mãos representam na tradição
Judeu-Cristã o conhecimento e o poder.
A mão é
uma síntese exclusivamente humana,
do masculino e do
feminino. Ela é passiva no que contém e ativa no que detém.
OS OMBROS: Os ombros
são considerados simbolicamente o
lugar do fardo, do jugo, do peso,
transformam-se no território do bem querer, da potência da realização, da
emergência do escondido ou perdido.
AS CLAVÍCULAS: As clavículas são as chavinhas. Elas
são as chaves da chamada porta dos deuses, a passagem do pescoço na simbologia
do corpo humano.
A PORTA DOS DEUSES
O PESCOÇO:
Simboliza no sentido descendente
a passagem da vida à ação, a comunicação da alma com o corpo, a
via pela qual se manifesta e passa a vida.
A COROA
A CABEÇA: O rosto humano retoma nesse plano
superior tudo o que os planos inferiores revelaram.
OS OUVIDOS:
Simbolicamente estão associados à
capacidade de escuta mística, interior, vibracional ou à abertura da pessoa à
inteligência cósmica, à capacidade de situar-se no espaço e no universo.
A BOCA: Por ser o órgão da palavra (Logus,
Verbum) e do sopro (ruach, spiritus), a boca é um símbolo feminino do
poder criador, criativo, a manifestação dos graus mais elevados da consciência.
OS DENTES: O dente
evoca as leis
e os instrumentos
pelos quais a pessoa,
trabalhando sobre si mesma, vai tornar-se
cada vez mais, uma pedra
trabalhada e não
bruta, apta a
inserir-se no grande
edifício humano e cósmico.
A LÍNGUA E A SALIVA: Como órgão do
paladar e do gosto, a língua é o símbolo do discernimento. A saliva fala de
nosso desejo de alimentação espiritual.
O NARIZ: Simbolicamente, representa
um tipo de
discernimento mais intuitivo do
que a razão.
OS OLHOS: Os olhos são a grande porta de
entrada para a matriz cerebral, nossa instância mais próxima da Emanação.
O CRÂNIO: O crânio coroa e representa a Pessoa,
única e irrepetível, ícone divino, criado ao som do Verbo e na ressonância do
seu Nome.
Entremeado pelos
mecanismos biológicos, o corpo
mantém uma estreita relação com a
psique. Esta se afirma em uma unidade indissociável que revela o Ser que é.
Verificamos e confirmamos a matéria como o corpo se apresenta, bem como sua
dimensão de comunicar que antecede e transcende a comunicação verbal. Esse
potencial e revelador
de uma fala
se fez representar pela
dimensão sagrada e simbólica
do corpo e
seus aspectos físico,
psicológico e divino
dentro da compreensão da
Cabala e da
filosofia judaico-cristã. Esboçamos a compreensão do conjunto de
representações que o corpo pode assumir, a dimensão simbólica. A dimensão
simbólica produz uma ação no real, suscita um sentido ao ser que somos. Assim,
é importante que se compreenda ao
lidar com uma pessoa,
que o olhar,
a escuta, e
o acolhimento não seja composta
de uma infinidade de fragmentos do corpo, isolados de uma representação, de um sentido. É preciso oportunizar à pessoa
não se identificar apenas com o seu corpo, seu psiquismo, mas de descobrir esta
outra dimensão do seu ser, a dimensão sagrada. É reencontrar-se na unidade.
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