O novo coordenador nacional da Pastoral da Criança em Angola, padre João Dele, retornou nesta sexta-feira, dia 8 de março, para seu país. Depois de passar vinte dias em Curitiba para estudos e nova capacitação, o coordenador confirmou estar muito motivado para dar novo impulso à missão. Incluída entre os dez países com maior taxa de mortalidade infantil no mundo, Angola é uma das frentes prioritárias das ações internacionais da Pastoral da Criança.
Padre da Diocese de Benguela, João Dele, 39 anos, tem um histórico de seis anos de trabalho na Pastoral da Criança em Angola, cujas ações foram levadas ao país pela Dra. Zilda Arns em 1996. Com a expansão das atividades em 2002, assumiu o cargo de primeiro coordenador nacional. Dois anos depois partiu para um período de formação na Itália e diplomou-se em psicologia clínica. Retornou ao país em 2010. No final do ano passado assumiu a coordenação nacional da Pastoral da Criança, indicado por Dom Eugênio Dal Corso, bispo de Benguela.
As ações de promoção da saúde e desenvolvimento integral das crianças, da concepção aos seis anos de idade, estão implantadas no país africano em 18 dioceses. São acompanhadas 73 comunidades em 36 paróquias. Já foram capacitados perto de 7 mil líderes voluntários, mas hoje nem todos estão atuando. João Dele considera como seu primeiro desafio “reorganizar as coordenações e promover sua integração dentro dos objetivos da missão. Melhorar a preparação dos capacitadores que respondem pela formação dos novos líderes e buscar o envolvimento dos bispos nas ações da Pastoral da Criança estão, também, nos planos do novo coordenador.
Um país em reconstrução
Devastada por trinta anos de guerra civil, Angola é um país em reconstrução. Com grande potencial econômico, segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, “o crescimento econômico ainda não resultou em benefícios sociais”, diz João Dele. Crianças e jovens – com até 20 anos – somam 53% da população. É alto o índice de analfabetismo. Grande parte dos habitantes não tem acesso à água potável e energia elétrica. A taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos, anunciada este mês pelo representante do Unicef no país, caiu em três anos de 22% para 14%, ainda um peso muito alto.
Já está implantado em Angola o Sistema de Informação da Pastoral da Criança, que retrata a abrangência e resultado das ações realizadas pelos líderes voluntários nas comunidades. “Mas deve ser melhorado e adaptado às condições e realidade local”, defende João Dele. “A população é extremamente pobre. Metade das mortes de crianças no país tem como causa a malária”. Aumentaram os investimentos do governo em saúde e educação, mas ainda são insuficientes para reverter o quadro de mortes infantis por diarreia, infecções respiratórias e desnutrição.
Nesta realidade, a metodologia de acompanhar as famílias, ensinar a receita do soro caseiro, a prática do aleitamento materno e ampliar seus conhecimentos sobre saúde, higiene e nutrição pode mudar o destino de milhares de crianças angolanas que ainda morrem de doenças que podem ser evitadas. A missão de João Dele para os próximos quatro anos é ampliar e consolidar as ações da Pastoral da Criança em Angola para que mais crianças e gestantes tenham vida em abundância.
Assessoria de Comunicação
Coordenação Nacional da Pastoral da Criança
comunic@pastoraldacrianca.org.br
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